As férias escolares movimentam os roteiros turísticos, dentro e fora do país. Mas antes de colocar o pé na estrada é fundamental que o viajante procure o médico para avaliar as suas condições de saúde. Exames de rotina precisam ser realizados e o cartão de vacinas deve estar atualizado de acordo com o destino. Além disso, para quem não irá viajar, o período de tranquilidade também deve ser usado para colocar a saúde em dia.
Roteiro turístico desenhado, passaporte em dia e malas feitas. Está tudo pronto para sair em férias e poder descansar com a família. Mas, na grande maioria das viagens, as pessoas se esquecem de um item fundamental: de verificar como está a saúde. Antes de colocar o pé na estrada, é essencial fundamental que o viajante procure o médico para avaliar as suas condições de saúde. Medidas como realizar exames de rotina, atualizar o cartão de vacinas, levar medicações e receitas são importantes para evitar situações desagradáveis durante a viagem.
"As pessoas planejam a viagem com antecedência, pensam no roteiro, nos programas, contratam seguro, mas na maioria dos casos se esquecem do mais importante para que as férias sejam tranquilas: da saúde. É importante lembrar que quando viajamos estamos, em grande maioria, indo para destinos que fogem da nossa rotina, com cultura, alimentação e clima diferentes. E isso pode influenciar na saúde. Por isso é recomendado que a pessoa passe por uma consulta médica e realize um check-up antes de viajar", ressalta a Dra. Mariane Tarabal, médica do Check-up do Grupo Hermes Pardini.
Os exames recomendados antes de viajar são procedimentos simples, de rotina, mas que podem prevenir a ocorrência de situações desagradáveis. "A consulta médica antes de viajar é a garantia de que a pessoa está viajando em boas condições de saúde e com as recomendações médicas adequadas no caso da identificação de algum risco. Exames como de fezes, urina e sangue, por exemplo, são essenciais. Além disso, de acordo com a situação de saúde do paciente, alguns exames de imagem podem ser importantes, como radiografia e ultrassom. E nos casos de pacientes crônicos como diabéticos, obesos, hipertensos e cardiopatas, são necessários cuidados e orientações específicas antes da viagem. As medicações já utilizadas pelos pacientes devem ser mantidas durante a estadia fora e é importantíssimo que ele leve a receita médica", alerta.
Mas colocar a saúde em dia não pode ser hábito apenas de quem irá viajar. Para aqueles que ficarão na cidade durante as férias o tempo ocioso é uma oportunidade para atualizar os exames e demais procedimentos de rotina. "A correria do dia a dia faz com que as pessoas adiem as consultas médicas e exames periódicos de saúde. Uma dorzinha nas costas, uma alteração do hábito intestinal ou até mesmo uma mancha na pele acabam sendo ignoradas porque a falta de tempo atropela os cuidados com o corpo. O período de férias é o ideal para colocar a saúde em dia e realizar consultas, vacinas e exames que estão sendo adiados em função da falta de tempo, mesmo que a pessoa não viaje. A pessoa pode realizar desde a procedimentos simples, que são exames de rotinas, a um check-up completo," recomenda a Dra. Mariane, ressaltando que essa atitude pode descobrir doenças em fases iniciais, além de prevenir o surgimento de outras doenças e permitir a elaboração de um programa de promoção da saúde. A médica explica que no Hermes Pardini esses exames são realizados num período de seis horas e levam cerca de cinco dias para ficarem prontos.
VACINAS EM DIA
O cartão de vacinação é um documento importante e deve ser mantido atualizado. Por isso, especialistas alertam que, ao programar uma viagem, é preciso verificar as vacinas que são obrigatórias, de acordo com os locais a serem visitados. "Atualmente as pessoas circulam entre regiões, países e continentes com muita facilidade. Não estando vacinados os turistas acabam sendo uma porta de entrada para os vírus nos países. Com isso, temos visto o retorno de algumas doenças que já estavam controladas, como o Sarampo, Caxumba, Coqueluche, e a entrada de novos agentes infecciosos como o Zika e o Chikungunya", alerta a Dra. Marilene Lucinda, médica clínica, responsável pelo setor de vacinas do Grupo Hermes Pardini.
Vacinas básicas do calendário de vacinação como Sarampo, Caxumba e Rubéola (Tríplice viral), Difteria, Tétano e Coqueluche (DTP), Poliomielite, Hepatite A, Hepatite B e as Meningites B e ACWY devem estar em dia de acordo com a recomendação para a idade. Existem ainda vacinas recomendadas para regiões específicas, devido ao risco de contaminação para o viajante ou risco de o mesmo levar a doença para o destino, como as vacinas Febre Tifóide, Cólera, Encefalite Japonesa e Raiva.
Para alguns destinos internacionais é obrigatório que o viajante apresente o Certificado Internacional de Vacinação e Profilaxia (CIVP), documento que comprova a vacinação contra Febre Amarela. O CIVP é exigido para entrada em alguns países como a África, Ásia e América Central. A forma de se informar sobre a exigência da vacina é diretamente nas embaixadas ou no site da Organização Mundial de Saúde www.who.int/immunization/en. A vacinação para Febre Amarela pode ser feita nos postos de saúde ou em clínicas de vacinação autorizadas pela ANVISA para emitir o certificado.
Alguns países exigem a comprovação em determinada época e determinada região, como a vacina Meningocócica ACWY para peregrinos que partem para Meca na Arábia Saudita no Hajj. A vacinação para Meningite ACWY somente é realizada nas clínicas privadas. Além de estar com o cartão de vacinas em dia, é importante que a pessoa se informe sobre alertas sanitários nas regiões a serem visitadas.
CUIDADO COM A ALIMENTAÇÃO
A alimentação também é outro ponto que merece atenção do viajante. É sempre importante que a pessoa pesquise os hábitos alimentares dos destinos para que possa antecipar-se sobre a cultura alimentar local e se programar. "É fundamental evitar, principalmente, alimentos que apresentam risco maior de contaminação/intoxicação, para não estragar o passeio. Lembre-se que a toxiinfecção se manifesta, geralmente, entre o período de 1h e 36hs após a ingestão de alimentos contaminados por bactérias, fungos, vírus e toxinas. Já os sintomas podem durar até sete dias", alerta da nutricionista do Grupo Hermes Pardini, Clarissa Pedrosa.
A nutricionista esclarece que não significa que o turista deve deixar de experimentar a gastronomia local. "O importante é que os alimentos ingeridos sejam avaliados, no que diz respeito ao local onde é comprado, aparência, cheiro e composição. Evitem comprar alimentos fora das embalagens originais, em estradas, barracas e outros locais que apresentem desconfiança. Cuidado com os alimentos que exigem refrigeração. Procure sempre os locais apropriados. E sem grandes excessos."
Já os doentes crônicos precisam de controle maior com a alimentação durante as viagens. "Esses pacientes precisam controlar alimentação como se estivessem em casa. O ideal é que consultem o médico e o nutricionista antes de viajar para orientações. E muita atenção com relação à alimentação prescrita pelo nutricionista, pois essa é direcionada para cada situação", explica a nutricionista do Hermes Pardini.
Aos que já apresentam algum excesso de peso ou que não desejam uns quilinhos a mais, lembrem- se: podemos comer de tudo, mas não precisamos comer tudo. Tenham atenção ao consumo excessivo de alimentos ricos em açúcar e gordura, e nas bebidas alcoólicas.
Dicas para uma alimentação segura:
- Cuidado com os alimentos vendidos por ambulantes: poluição, insetos, condição da água para preparo de alimentos e ausência de água para lavagem de mãos e utensílios podem ser causas de uma toxiinfecção;
- Verifique se os alimentos que necessitam de refrigeração como frios, iogurtes, produtos de confeitaria entre outros se encontram de fato refrigerados;
- Prefira comprar alimentos que venham em suas embalagens originais ao invés de alimentos vendidos a granel. Verifique sempre a data de validade dos produtos antes de consumi-los;
- Pratique escolhas conscientes com relação a local, limpeza e higiene. Pessoas que trabalham na produção dos alimentos devem estar bem uniformizadas, com toucas ou protetores de cabelos, sem adornos, e não devem manipular alimentos e dinheiro.
- Caso o restaurante não inspire muita confiança e não haja alternativa, evite pratos que apresentem perigo de provocar intoxicação, como os que contêm ovos, maionese e cremes, as carnes mal passadas, os crustáceos (camarão, siri) e as saladas cruas.