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Dicas de Saúde: Poliomielite - Saiba mais!

Publicado em: 15/09/2022
Dicas de Saúde: Poliomielite - Saiba mais!

O que é a poliomielite?
Poliomielite (paralisia infantil) é uma doença contagiosa aguda causada por vírus que pode infectar crianças e adultos e em casos graves pode acarretar paralisia nos membros inferiores. A vacinação é a única forma de prevenção. Todas as crianças menores de cinco anos devem ser vacinadas.

A Poliomielite, também chamada de pólio ou paralisia infantil, é uma doença contagiosa aguda causada pelo poliovírus, que pode infectar crianças e adultos por meio do contato direto com fezes ou com secreções eliminadas pela boca das pessoas doentes e provocar ou não paralisia. Nos casos graves, em que acontecem as paralisias musculares, os membros inferiores são os mais atingidos.

A doença permanece endêmica em dois países: Afeganistão e Paquistão, com registro de 05 casos em 2021. Nenhum caso confirmado nas Américas. Como resultado da intensificação da vacinação, no Brasil não há circulação de poliovírus selvagem (da poliomielite) desde 1990.

 

IMPORTANTE: Poliomielite e paralisia infantil são a mesma coisa. A vacinação é a única forma de prevenção da doença. A cobertura vacinal da poliomielite vem apresentando resultados abaixo da meta de 95% desde 2016. Todas as crianças menores de cinco anos devem ser vacinadas conforme esquema de vacinação de rotina e na campanha nacional anual. Vacinem as crianças, para que elas não sofram com as sequelas de doenças que podem ser evitadas.

 

Situação epidemiológica da poliomielite

No Brasil, o último caso de infecção pelo poliovírus selvagem ocorreu em 1989, na cidade de Souza/PB. A estratégia adotada para a eliminação do vírus no país foi centrada na realização de campanhas de vacinação em massa com a vacina oral contra a pólio (VOP). Essa vacina propicia imunidade individual e aumenta a imunidade de grupo na população em geral, com a disseminação do poliovírus vacinal no meio ambiente, em um curto espaço de tempo.

Chama-se a atenção para o risco de importação de casos de países onde ainda há circulação endêmica do poliovírus selvagem (Paquistão e Afeganistão). Com isso, reforça-se a necessidade de manter ações permanentes e efetivas de vigilância da doença e níveis adequados de proteção imunológica da população.

O primeiro surto causado por um vírus derivado vacinal (PVDV) foi detectado na Ilha de Hispaniola (que pertence ao Haiti e à República Dominicana), em 2000/2001. Esse surto teve grande importância no processo de erradicação da Poliomielite, quando foram registrados 21 casos (50% na faixa etária de 1 a 4 anos).


Quais são os sintomas da poliomielite?
Os sinais e sintomas da poliomielite variam conforme as formas clínicas, desde ausência de sintomas até manifestações neurológicas mais graves. A poliomielite pode causar paralisia e até mesmo a morte, mas a maioria das pessoas infectadas não fica doente e não manifesta sintomas, deixando a doença passar despercebida.

 

Os sintomas mais frequentes são:

febre;
mal-estar;
dor de cabeça;
dor de garganta e no corpo;
vômitos;
diarreia;
constipação (prisão de ventre);
espasmos;
rigidez na nuca;
meningite.


Na forma paralítica ocorre:

Instalação súbita de deficiência motora, acompanhada de febre.
Assimetria acometendo, sobretudo a musculatura dos membros, com mais frequência os inferiores;
Flacidez muscular, com diminuição ou abolição de reflexos profundos na área paralisada;
Sensibilidade conservada;
Persistência de paralisia residual (sequela) após 60 dias do início da doença.

 

Como prevenir?

A vacinação é a única forma de prevenção da Poliomielite. Todas as crianças menores de cinco anos de idade devem ser vacinadas conforme esquema de vacinação de rotina e na campanha nacional anual.

Desde 2016, o esquema vacinal contra a poliomielite passou a ser de três doses da vacina injetável – VIP (2, 4 e 6 meses) e mais duas doses de reforço com a vacina oral bivalente– VOP (gotinha).

A mudança está de acordo com a orientação da Organização Mundial da Saúde (OMS) e faz parte do processo de erradicação mundial da pólio.

 

Quais são as causas e sequelas da poliomielite?
A falta de saneamento, as más condições habitacionais e a higiene pessoal precária constituem fatores que favorecem a transmissão do poliovírus, causador da poliomielite.
As sequelas da poliomielite estão relacionadas com a infecção da medula e do cérebro pelo poliovírus, normalmente correspondem a sequelas motoras e não tem cura. Assim, as principais sequelas da poliomielite são:

Problemas e dores nas articulações;
Pé torto, conhecido como pé equino, em que a pessoa não consegue andar porque o calcanhar não encosta no chão;
Crescimento diferente das pernas, o que faz com que a pessoa manque e incline-se para um lado, causando escoliose;
Osteoporose;
Paralisia de uma das pernas;
Paralisia dos músculos da fala e da deglutição, o que provoca acúmulo de secreções na boca e na garganta;
Dificuldade de falar;
Atrofia muscular;
Hipersensibilidade ao toque.


As sequelas da poliomielite são tratadas por meio de fisioterapia e da realização de exercícios que ajudam a desenvolver a força dos músculos afetados, além de ajudar na postura, melhorando assim a qualidade de vida e diminuindo os efeitos das sequelas. Além disso, pode ser indicado o uso de medicamentos para aliviar as dores musculares e das articulações.  

 

A poliomielite atinge também os adultos?
Embora ocorra com maior frequência em crianças, a poliomielite também pode ocorrer em adultos que não foram imunizados. Por isso é fundamental ficar atento às medidas preventivas, como: lavar sempre bem as mãos, ter cuidado com o preparo dos alimentos e beber água tratada.

 

Como é feito o diagnóstico da poliomielite?
O diagnóstico da poliomielite deve ser suspeitado sempre que houver paralisia flácida de surgimento agudo com diminuição ou abolição de reflexos tendinosos em menores de 15 anos.

Os exames de liquor (cultura) e a eletromiografia são recursos diagnósticos importantes. O diagnóstico será dado pela detecção de poliovírus nas fezes.

 

Como é feito o tratamento da poliomielite?
Não existe tratamento específico da poliomielite, todas as vítimas de contágio devem ser hospitalizadas, recebendo tratamento dos sintomas de acordo com o quadro clínico do paciente.

 

Viajantes e a poliomielite
A Coordenação Geral do Programa Nacional de Imunizações (CGPNI), orienta os serviços de saúde e usuários sobre a vacinação de viajantes internacionais contra poliomielite, provenientes ou que se deslocam para áreas com circulação de poliovírus selvagem e derivado vacinal, na Nota Informativa nº 315/2021-CGPNI/DEIDT/SVS/MS. O Brasil recomenda ainda, a emissão do Certificado Internacional de Vacinação ou Profilaxia para a última dose da vacina contra a poliomielite, a todo viajante residente no país. Esse certificado é emitido nos Centros de Orientação a Saúde do Viajante da ANVISA e credenciados. Para obter maiores informações, acesse a NOTA INFORMATIVA Nº 315/2021-CGPNI/DEIDT/SVS/MS.

 

Profissionais e gestores de saúde - poliomielite
Os profissionais de saúde devem ficar atentos a possíveis novos casos da doença no Brasil. O monitoramento da ausência de circulação de poliovírus selvagem no país é feito a partir da vigilância das Paralisias Flácidas Agudas (PFA). Todo caso de PFA em menores de quinze anos, independente da hipótese diagnóstica, deve ser notificado e investigado imediatamente.

A notificação é feita pelo Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN). É necessária coleta de uma amostra de fezes até o 14º dia do início do déficit motor para isolamento viral e esclarecimento diagnóstico. É preciso, ainda, realizar reavaliação neuromuscular (revisita) para avaliação de sequela neurológica aos 60 dias do início da deficiência motora, e ser encerrado no sistema em até 60 dias após a notificação.

A vigilância da poliomielite é avaliada com base nos indicadores de desempenho operacional das paralisias flácidas agudas em menores de 15 anos de idade.

1)Taxa de notificação;
2) Investigação epidemiológica em até 48 horas;
3) Coleta de uma amostra oportuna de fezes e; 
4) Proporção de notificação semanal negativa/positiva. 

 A meta da taxa de notificação é de no mínimo (1 caso/100.000 < 15 anos), para os demais indicadores a meta mínima esperada é de 80%.

 


Mitos sobre a poliomielite


Abaixo, seguem os principais mitos relacionadas à poliomielite. Não divulgue informações erradas.

MITO. Vacinas causam autismo?

Por quê? Um estudo apresentado em 1998, que levantou preocupações sobre uma possível relação entre a vacina contra o sarampo, a caxumba e a rubéola e o autismo, foi posteriormente considerado seriamente falho e o artigo foi retirado pela revista que o publicou. Infelizmente, sua publicação desencadeou um pânico que levou à queda das coberturas de vacinação e subsequentes surtos dessas doenças.

MITO. Uma melhor higiene e saneamento farão as doenças desaparecerem – vacinas não são necessárias.

Por quê? As doenças que podem ser prevenidas por vacinas retornarão caso os programas de imunização sejam interrompidos. Uma melhor higiene, lavagem das mãos e uso de água limpa ajudam a proteger as pessoas de doenças infecciosas. Entretanto, muitas dessas infecções podem se espalhar, independente de quão limpos estamos. Se as pessoas não forem vacinadas, doenças que se tornaram raras, como a poliomielite e o sarampo, reaparecerão rapidamente.

MITO. As vacinas têm vários efeitos colaterais prejudiciais e de longo prazo que ainda são desconhecidos. A vacinação pode ser até fatal.

Por quê? As vacinas são muito seguras. A maioria das reações são geralmente pequenas e temporárias, como um braço dolorido ou uma febre ligeira. Eventos graves de saúde são extremamente raros e cuidadosamente monitorados e investigados. É muito mais provável que uma pessoa adoeça gravemente por uma enfermidade evitável pela vacina do que pela própria vacina. A poliomielite, por exemplo, pode causar paralisia; o sarampo pode causar encefalite e cegueira; e algumas doenças preveníveis por meio da vacinação podem até resultar em morte. Embora qualquer lesão grave ou morte causada por vacinas seja muito relevante, os benefícios da imunização superam em muito o risco, considerando que muitas outras lesões e mortes ocorreriam sem ela.

MITO. A vacina combinada contra a difteria, tétano e coqueluche e a vacina contra a poliomielite causam a síndrome da morte súbita infantil.

Por quê? Não há relação causal entre a administração de vacinas e a síndrome da morte súbita infantil (SMSI), também conhecida como síndrome da morte súbita do lactente. No entanto, essas vacinas são administradas em um momento em que os bebês podem sofrer com essa síndrome. Em outras palavras, as mortes por SMSI são coincidentes à vacinação e teriam ocorrido mesmo se nenhuma vacina tivesse sido aplicada. É importante lembrar que essas quatro doenças são fatais e que os bebês não vacinados contra elas estão em sério risco de morte ou incapacidade grave.

MITO. As doenças evitáveis por vacinas estão quase erradicadas em meu país, por isso não há razão para me vacinar.

Por quê? Embora as doenças evitáveis por vacinação tenham se tornado raras em muitos países, os agentes infecciosos que as causam continuam a circular em algumas partes do mundo. Em um mundo altamente interligado, esses agentes podem atravessar fronteiras geográficas e infectar qualquer pessoa que não esteja protegida. Desde 2005, por exemplo, na Europa Ocidental ocorrem focos de sarampo em populações não vacinadas (Áustria, Bélgica, Dinamarca, França, Alemanha, Itália, Espanha, Suíça e Reino Unido). Dessa forma, as duas principais razões para a vacinação são proteger a nós mesmos e também as pessoas que estão à nossa volta. Programas de vacinação bem-sucedidos, assim como as sociedades bem-sucedidas, dependem da cooperação de cada indivíduo para assegurar o bem de todos. Não devemos apenas confiar nas pessoas ao nosso redor para impedir a propagação da doença; nós também devemos fazer tudo o que pudermos.

MITO. Doenças infantis evitáveis por vacinas são apenas infelizes fatos da vida.

Por quê? As doenças evitáveis por vacinas não têm que ser "fatos da vida". Enfermidades como sarampo, caxumba e rubéola são graves e podem levar a complicações graves em crianças e adultos, incluindo pneumonia, encefalite, cegueira, diarreia, infecções de ouvido, síndrome da rubéola congênita (caso uma mulher seja infectada com rubéola no início da gravidez) e, por fim, à morte. Todas essas doenças e o sofrimento que elas causam podem ser prevenidos com vacinas. O fato de não vacinar as crianças faz com que elas fiquem desnecessariamente vulneráveis.

MITO. Aplicar mais de uma vacina ao mesmo tempo em uma criança pode aumentar o risco de eventos adversos prejudiciais, que podem sobrecarregar seu sistema imunológico.

Por quê? Evidências científicas mostram que aplicar várias vacinas ao mesmo tempo não causa aumento de eventos adversos sobre o sistema imunológico das crianças. Elas são expostas a centenas de substâncias estranhas, que desencadeiam uma resposta imune todos os dias. O simples ato de comer introduz novos antígenos no corpo e numerosas bactérias vivem na boca e no nariz. Uma criança é exposta a muito mais antígenos de um resfriado comum ou dor de garganta do que de vacinas. As principais vantagens de aplicar várias vacinas ao mesmo tempo são: menos visitas ao posto de saúde ou hospital, o que economiza tempo e dinheiro; e uma maior probabilidade de que o calendário vacinal seja completado. Além disso, quando é possível ter uma vacinação combinada – como para sarampo, caxumba e rubéola – menos injeções são aplicadas.

MITO. As vacinas contêm mercúrio, que é perigoso.

Por quê? O tiomersal é um composto orgânico, que contém mercúrio, adicionado a algumas vacinas como conservante. É o conservante mais utilizado para vacinas que são fornecidas em frascos multidose. Não existe evidência que sugira que a quantidade de tiomersal utilizada nas vacinas represente um risco para a saúde.

 
 
 
 

Fonte: Ministério da Saúde. Blog da Saúde